sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Spasso Khalil Gibran - O Louco...









Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:


Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando:

“Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.

E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou:

“É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo.

O sol beijou pela primeira vez minha face nua...

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras.

E, como num transe, gritei:

“Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”

Assim me tornei louco...

E encontrei tanto LIBERDADE como SEGURANÇA em minha loucura:

a LIBERDADE DA SOLITUDE e a SEGURANÇA DE NÃO SER COMPREENDIDO... POIS AQUELE QUE NOS COMPREENDE ESCRAVIZA ALGUMA COISA EM NÓS...


Loucamente Gibran e eu... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário