sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Spasso Leitura Corporal - As asas da borboleta




Das escápulas surgem as asas... metamorfoseadas ao longo de muitas vivências... 

onde se percebeu em casulo, insegura e com medo de alçar-se...

Mas a própria vida lhe arremessa, estimula, ensina...

O colorido, o silêncio, a tranquilidade, o aproveitamento do vento em vôo, 

o corpo que naturalmente sabe... responde e ondula...

O rosto que se faz sereno, sem excessos mas atento...

O olhar que busca os que percebem, e interessante como muda diante de alguns e sem palavras, 

no aconchego dos próprios braços, na medida adequada, 

sem forçar, mas transmitindo a experiência única da luz...

as asa se fecham ao redor permitindo a sensação da proteção...

Regressão imediata...



Olha! ... 

Parece que delas se solta um pó de brilho suave onde se pode lambuzar a alma e sorrir...

E a voz!... 

Quase inaudível mas inteiramente presente, 

passando por vibrações que parecem próximas ao que se ouve quando se pensa ou, 

melhor ainda, quando se sente...

Impossível não tocar... 

e a mão se ergue e o toque é de uma suavidade compatível à experiência vivida. 

Parece mágico, parece mãe!...

Quando o feminino deseja e ama... a experiência transcende...

O ar é calmo e cheio, cada murmúrio ocupa todos os espaços, 

o mundo continua mas se concentra naquele momento, naquele lugar, naqueles...


Os sensores se fazem à superfície da pele, 

cada pedacinho do corpo é permeável e completamente exposto, 

o roçar já é o suficiente - coisas das asas - e penetra o corpo sem ansiedade, 

sem preconceitos, atingindo o todo e o tudo...

Controle... Impossível!

A amplitude é traduzida no próprio gesto, o farfalhar é bem vindo quando necessário, 

o que se almeja é a cumplicidade, o admirável e o eterno...

De concentrado que estava... se expande... e atinge a casa, 

as casas, os céus e todos que por pura ventura se encontrem no caminho 

e possam ouvir ou sentir o arrulhar das asas...

Ao explodir, desfaz-se em estrelas...

Parece mágico, parece mulher



À mulher é dada a chance do feminino, ao homem é dada a chance do feminino...

A experiência de possuir asas de borboletas não distingue sexo...

Pelo contrário, une sensores e nos leva ao gozo...

É pleno, inebriante, extasiante, não termina e sempre se quer mais...

A experiência é de liberdade... encontramos e queremos partilhar a descoberta...

Afinal, no lugar do corpo onde lemos as responsabilidades assumidas por culpa... 

é aonde as asas se fazem... e estão lá, à disposição dos que desejam voar... 

e mais que voar, experimentar em pleno vôo o encontro e a troca... 

e mais que tudo, livres...

O alívio é refrescante como chá de hortelã ou bala de menta...!

Sinta na boca o desejo de experimentar...

Salive!

Seja borboleta e se permita o frescor do toque com as próprias asas... 

que estimula os velos e movimenta o infinito...


Peço licença ao meu Pai Mãe Universal e invoco a Presença...
Eu Sou Andréa Luisa e me disponho a essa magia do feminino e da liberdade borboletamente....


Texto: Rizza Castro D'Ávila / Leitura Corporal

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